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Campos com confirmação de dois casos de varíola dos macacos

 Um paciente foi internado em leito de isolamento do Setor de Doenças Infecto Parasitárias no Hospital Ferreira Machado (HFM), no início da tarde desta terça-feira (2). O outro está em vigilância domiciliar

Foto: Júlio Tinoco 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), obteve a confirmação de dois casos de varíola dos macacos em Campos, transmitida pelo vírus monkeypox. Os exames laboratoriais dos pacientes foram realizados no Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN/RJ). Um paciente foi internado em leito de isolamento do Setor de Doenças Infecto Parasitárias no Hospital Ferreira Machado (HFM), no início da tarde desta terça-feira (2). O outro está em vigilância domiciliar.

De acordo com a secretaria, o paciente, do sexo masculino, que precisou de internação, tem 33 anos. Ele tem histórico de viagem para a cidade de Natal (Nordeste) e para São Paulo nos últimos 30 dias. Também apresentou quadro clínico sistêmico e lesões características para varíola, após atendimento ambulatorial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O material para exame laboratorial foi coletado na última quinta-feira (28) e o resultado enviado ao município nesta segunda-feira (1º).

“Esses são os primeiros casos confirmados na cidade. Até o momento não há suspeita entre os contactantes, mas seguiremos com a avaliação médica diária”, explica o subsecretário da Subpav, Rodrigo Carneiro. O especialista acredita que a contaminação tenha ocorrido no deslocamento entre uma cidade e outra para as quais o paciente viajou.

O segundo paciente, também masculino, tem 40 anos e viajou recentemente para o Rio de Janeiro. Atendido no Hospital Ferreira Machado (HFM), ele teve material coletado para análise também na quinta-feira (28) e o resultado confirmando a infecção por monkeypox na tarde desta terça-feira (2).

O paciente que necessitou de internação encontra-se com quadro de saúde estável. Os contactantes – pessoas com quem teve contato após as viagens – estão em isolamento domiciliar e monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Campos (CIEVS/Campos). O segundo paciente e seus contactantes também estão em isolamento. Ambos os pacientes possuem comorbidades.

É importante frisar que, até o momento, não há nenhum indício de circulação autóctone, ou seja, de circulação do vírus dentro da cidade, com transmissão local. Os casos que temos, um confirmado e outro suspeito, são muito prováveis por infecção fora dos limites do município. Isso não quer dizer que não tenhamos a circulação do vírus num futuro próximo dentro da cidade”, afirma Carneiro.

Cuidados e assistência em caso de infecção por varíola dos macacos

A orientação à população é em relação aos cuidados individuais para evitar a infecção. Logo, deve-se evitar contato direto com pessoas contaminadas, seja pele a pele ou por objetos de uso compartilhado, como, por exemplo, roupas e, até mesmo, superfícies.

Também deve evitar permanecer no mesmo ambiente que a pessoa infectada, com lesões características suspeitas e/ou confirmadas, além de evitar aglomerações. O uso de máscaras de proteção facial e a higienização correta das mãos são outras recomendações das autoridades em saúde. “O controle da varíola dos macacos atualmente é feito exclusivamente através de vigilância dos casos e dos contatos”, afirmou o infectologista e subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Rodrigo Carneiro.
Foto: César Ferreira 

Segundo o especialista, não há no país autorização para uso de nenhum tipo de droga com ação direta contra o monkeypox. As vacinas estão em estudo, mas já com eficácia comprovada e devem começar a ser utilizadas a partir do mês de setembro. “Então, temos, no mínimo, 30 dias onde a única arma para restringir a propagação da varíola dos macacos é o controle e o isolamento dos pacientes, a vigilância dos contatos e evitar que o vírus comece a se disseminar rapidamente entre a população”, disse.

Rodrigo Carneiro disse, ainda, que não há motivo para desespero ou preocupação exagerada, mas sim, motivo para atenção. “É motivo de atenção, para que a população esteja ciente de que há outra doença em circulação no Brasil, sendo transmitida entre brasileiros, mas é uma doença que necessita desse contato próximo. Aparentemente a transmissão não é tão fácil como é o coronavírus e, então, esperamos um número menor de casos, que não chegue a ser um impacto na saúde pública, mas essa é uma estimativa que temos atualmente. Isso pode mudar a médio e longo prazo”, acrescentou.

Em caso de surgimento de sinais ou sintomas entre os quais estão febre, mal-estar, dores no corpo e aparecimento de lesões, ou seja, pequenas bolhas junto de vermelhidão da pele, principalmente no rosto, pescoço e região genital/virilha, o paciente deve procurar a rede de urgência e emergência da cidade, preferencialmente as Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), onde há médicos e enfermeiros de plantão capacitados para identificar essas lesões e casos suspeitos.

Após a suspeição, esses pacientes, se houver necessidade de internação, o que será definido pelo profissional de saúde, o local de referência será o Setor de Doenças Infecto Parasitárias do Hospital Ferreira Machado (HFM). Já a unidade referência para a coleta de exames é o laboratório do Hospital Geral de Guarus (HGG) que, posteriormente, envia ao Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN/RJ), com a necessária solicitação específica feita pelo médico.

A vacina para varíola humana, já existente, é parcialmente eficaz contra a varíola dos macacos, mas não é a ideal, por isso, o Brasil aguarda receber o imunizante para iniciar a vacinação, que deve começar por grupos prioritários.

“Não há um consenso sobre remédios específicos para o tratamento da doença. Nós tratamos os sintomas, somente dando suporte ao paciente e cuidados tópicos com as lesões. Vale lembrar que uma das principais complicações é a infecção bacteriana secundária das lesões de pele, daí a antissepsia frequente. Caso sejam observados sinais e sintomas de alerta, o paciente pode ser levado à internação”, disse Rodrigo Carneiro.





Fonte: Secom Campos  - PMCG

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