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Ministério da Ciência sustenta eficácia de nitazoxanida contra covid

Pesquisa aponta que vermífugo é capaz de reduzir a carga viral do novo coronavírus, o que reduz a gravidade e a transmissão da doença. Pasta, contudo, omite dados

(crédito: Carolina Antunes)

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (19/10), afirmou que o medicamento nitazoxanida, vermífugo cujo nome comercial é Annita, é eficaz no tratamento da covid-19. A responsável pelo Estudo Clínico do MCTI, Patrícia Rocco, doutora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou que a pesquisa foi feita no modelo duplo-cego, ou seja, nem médico nem paciente sabiam qual medicação estava sendo utilizada.


Os voluntários foram divididos em dois grupos, um recebeu placebo, o outro, a nitazoxanida. “A nitazoxanida, em comparação com o placebo, acarretou, ao final da terapia, redução significativa da carga viral em um maior número de pacientes”, declarou a pesquisadora. Para se chegar ao medicamento, foi utilizada uma triagem inicial de duas mil moléculas com alguma atividade farmacológica conhecida. Com testes feitos com inteligência artificial e ferramentas digitais de biologia molecular, segundo a pasta, os estudos chegaram a cinco drogas que poderiam inibir o efeito da covid-19.


Após a fase inicial, as cinco substâncias foram para o teste in vitro, em laboratório, com células humanas infectadas. Assim, os estudos chegaram na nitazoxanida, que apresentou 94% de capacidade de inibir o novo coronavírus em laboratório. Segundo Patrícia, a redução da carga viral apresentada pelo medicamento “implica em menor gravidade (da doença) e em menor transmissibilidade do vírus”.

  • Pesquisa

O estudo clínico contou com 1.575 voluntários que foram admitidos com até três dias de sintomas de covid-19. Para reduzir a variabilidade dos testes, as amostras dos pacientes foram encaminhadas para o Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O resultado era liberado dentro de 24 horas e os voluntários que tinham Sars-CoV-2 retornavam aos hospitais para as orientações dos médicos. Foi administrado nitazoxanida 500 mg ou placebo três vezes ao dia, durante cinco dias. Ao final, os pacientes voltavam à unidade hospitalar para coletar novos exames, sendo monitorados por mais sete dias.

  • Ineditismo

No entanto, outros detalhes do estudo não foram disponibilizados, pois, segundo Patrícia Rocco, os resultados da pesquisa estão sendo submetidos a uma revista internacional que exige o ineditismo para publicação; o descumprimento da regra implicaria na não publicação na revista.


Para Marcos Pontes, ministro da MCTI, encontrar o medicamento significa diminuir o contágio. “Podemos ajudar a reduzir o problema, o medicamento é de baixo custo, ele não tem efeitos colaterais sérios, ou seja, é seguro usar”, disse. No entanto, ressaltou que a nitazoxanida não pode ser usada para prevenção, pois não é profilático, e deve ser usado apenas depois da detecção do vírus.















Correio Braziliense

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