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Bullying: como identificar uma vítima e o que pode gerar esta prática

Crianças e adolescentes são as maiores vítimas desta prática e podem ficar traumatizadas com esta violência
Bullying pode causar traumas profundos em crianças e adolescentes (Foto: Getty Images)
Na última semana, muito tem sido discutido sobre os limites de uma “brincadeira” e a prática cruel do bullying. Um caso que ganhou a mídia e repercutiu na internet foi o cantor MC Gui que gravou um vídeo na Disney debochando de uma garota que estava usando uma peruca e fantasiada de Boo, personagem do filme Monstros S.A. Visivelmente incomodada por estar sendo filmada, a menina causou uma onda de empatia que execraram a atitude do artista.

A partir deste caso, muito se discutiu sobre o que é o bullying e a psicóloga Niceia Riquião, especialista em fenomenologia existencial, explica que são atos intencionais e repetidos contra uma vítima, sem motivo aparente, que pode ser por meio sutis, como ignorar alguém ou criar boatos sobre ela, ou por uma intimidação verbal ou física, que pode acarretar danos físicos e psíquicos à pessoa.

“Isso ocorre com maior frequência entre crianças e adolescentes e é preciso tomar muito cuidado para diferenciar o bullying das discordâncias e discussões entre pessoas desta faixa etária. Às vezes pode parecer uma bobagem, que não tem ‘nada a ver’, mas tem sim. Os alvos dessa prática normalmente são pessoas que têm dificuldade de se impor ou características que se diferenciam das outras, o que se torna suficiente para que os ‘valentões’ se apropriem disso para legitimar este tipo de comportamento”, descreve.

A especialista afirma que são vários os problemas que a vítima pode desenvolver por conta do bullying como a baixa autoestima, depressão, isolamento e alerta que não se pode descartar a possibilidade de um ato suicida.

“Uma exposição como esta pode agravar estes sintomas, então é preciso ficar atento às mudanças de comportamento da criança e adolescente como, por exemplo, não querer ir à escola, desânimo ou isolamento. Normalmente quem sofre bullying tem um comportamento mais calado, introspectivo e com dificuldade de se impor”, traduz.

Niceia salienta que os pais também precisam ficar atentos dentro de casa para reconhecer filhos que estão no papel de agressores. Ela destaca que o perfil de quem pratica o bullying vai desde uma pessoa que gosta de obter atenção, ser o popular ou “poderoso da escola”.

“Pode também ser uma falha de caráter, alguém que tem prazer em humilhar faltando-lhe empatia. Existem os casos de crianças que ficam no papel de expectadores e se tornam coniventes por medo de serem as próximas vítimas ou por concordar com o modo de pensar do agressor.”

Se não houver uma ressignificação daquela violência ou um acompanhamento psicológico, o bullying pode atrapalhar muito a vida da vítima. Se ela for uma criança ou adolescente, o assunto se torna mais delicado, pois ela ainda está com sua identidade em formação e leva muito em conta o julgamento das pessoas.

“Se a pessoa agride fisicamente ou utiliza palavras que causam humilhação, discriminação, coerção, intimidação de forma recorrente ou não, podemos entender como bullying. Não acredito que alguém fale algo intimidador e/ou preconceituoso, sem intenção de ferir. Quando o agressor se arrepender, reconhecer o erro verdadeiramente é o mais importante e pedir desculpas é um caminho a ser seguido”, afirma Niceia.

Por último, ela alerta que os pais precisam ficar atentos ao cyberbullying, pois a violência não acontece somente em escolas ou na rua, mas também em ambientes de trabalho, faculdade e nos meios virtuais têm crescido muito.

“Agressor expõe com fotos, espalha boatos e comentários hostis a fim de prejudicar pessoas ou grupos. O que facilita essa disseminação é a crença de que não será identificado e punido. Bullying é um assunto sério e desde 2018 virou lei a ser seguida pelas escolas a fim de promoverem conscientização sobre o assunto”, finaliza.







Marie Claire

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