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Trem de passageiros é sequestrado por traficantes na Zona Norte do Rio

Trem na estação Central do Brasil (foto arquivo) Foto: Marcos Nunes
Um trem do ramal Gramacho/Saracuruna foi sequestrado no horário do rush, nesta segunda feira, por homens armados de fuzis, na Zona Norte do Rio.

De acordo com a SuperVia, seis bandidos viajaram por cerca de três quilômetros na cabine do maquinista até desembarcarem próximo ao viaduto da Mangueira, em uma parada não programada pela concessionária para os usuários do ramal. Durante a viagem, o sexteto não atacou os passageiros.

Armados com fuzis, os traficantes invadiram a cabine do maquinista de uma composição, por volta das 6h30 de segunda-feira, na estação Manguinhos. Na ocasião, o trem trafegava no sentido Central do Brasil. Após a partida, os bandidos permaneceram ao lado do maquinista, na parada obrigatória na estação Triagem, que fica logo depois de Manguinhos.

Sem perceber o que estava acontecendo, passageiros desembarcaram normalmente na estação, enquanto o restante dos usuários do ramal prosseguiu viagem no sentido Central do Brasil.

No trecho entre Triagem e a estação Maracanã, os bandidos obrigaram o maquinista a parar a composição na altura do viaduto da Mangueira, onde desembarcaram.

Logo após a fuga dos traficantes, a concessionária foi avisada do que havia ocorrido e acionou o Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) da Polícia Militar. Os PMs foram até o local, mas ninguém foi preso.

O sequestro ocorreu no mesmo dia em que uma operação da Polícia Militar provocou a interrupção do tráfego ferroviário por mais de uma hora em um outro ramal. Na ocasião, por conta de um tiroteio no Jacarezinho, o ramal de Belford Roxo teve a circulação interrompida no horário entre às 5h35 e às 6h45.

Nesta terça-feira, os usuários do ramal de Belford Roxo voltaram a sofrer com interrupção parcial da circulação de trens, no trecho do Jacarezinho, por conta de um novo tiroteio entre traficantes e policiais.

Por conta disso, por mais de duas horas, a circulação de trens ocorreu apenas entre as estações Belford Roxo e Del Castilho. Já as partidas da Central do Brasil para Belford Roxo foram interrompidas no mesmo período.

Às 9h22 a circulação, que havia sido paralisada às 6h30, começou a ser feita novamente apenas por uma linha do ramal, no trecho entre Triagem e Cavalcanti, por conta de danos na rede aérea da malha ferroviária.

Às 11h45 o tráfego ferroviário do ramal de Belford Roxo foi totalmente normalizado, de acordo com a SuperVia.

Imagem de chamada

De acordo com a concessionária, no ano de 2019, a SuperVia já precisou alterar a circulação de trens 58 vezes, nos oito ramais explorados pela empresa, por conta de trocas de tiros nas imediações da via férrea.

Procurado para falar do assunto, Valmir Lemos, presidente do Sindicato dos Ferroviários disse que a violência ao longo da via férrea preocupa os maquinistas. Lemos revelou que as principais queixas recebidas pelo sindicato dão conta do medo dos maquinistas de constantes tiroteios e de estações onde há tráfico de drogas.

— Isso ( sequestro do trem) preocupa muito sim. O maquinista vive assustado por causa dos constantes tiroteios e do tráfico em algumas estações. No caso do sequestro do trem, vamos pedir que a SuperVia ofereça um acompanhamento psicológico para o maquinista. Recebemos muitas relatos de maquinistas tensos com tudo isso — disse.

A SuperVia adiantou que tão logo soube do sequestro da composição acionou a Grupamento de Policiamento Ferroviário da Polícia Militar. E acrescentou anda que o maquinista está recebendo atendimento pela equipe de assistência social e por um psicólogo.

Já a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que o Grupamento de Polícia Ferroviária foi acionado pela concessionária após o fato ter ocorrido e realizou buscas na região. E que não houve prisões durante a ação.

Também procurada, a Polícia Civil disse que o caso não foi registrado em nenhuma delegacia.





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