Enchimento fracionado está em estudo pela ANP, que diz que medida beneficiaria população de baixa renda. Sindicato afirma que fracionamento oferece riscos à segurança.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, criticou a proposta da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de permitir a venda fracionada de gás de cozinha. Segundo ele, os botijões brasileiros não estão preparados para o fracionamento.
Em julho, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou que a agência estudava permitir a venda fracionada de gás de cozinha aos consumidores. De acordo com Oddone, a proposta impactaria principalmente as famílias de baixa renda que não tem recursos para comprar um botijão completo de gás.
“Os 120 milhões de botijões brasileiros não estão preparados para o enchimento fracionado. A substituição seria por botijões de 50% a 120% mais caros. Se a questão for social, você teria problemas”, disse Sérgio Bandeira de Mello durante seminário sobre energia promovido pelo Ministério da Economia.
O presidente do Sindigás também criticou o impacto social da medida e afirmou que o fracionamento oferece riscos à segurança. Durante sua participação no seminário, citou acidentes ocorridos durante a venda fracionada de gás em outros países.
“Com relação às famílias de baixa renda, que vão comprar GLP se puderem comprar fracionado, desculpa, não vão comprar. Vão comprar arroz e feijão e vão catar lenha”, disse o presidente do sindicato.
Durante sua apresentação, Décio Oddone afirmou que a agência jamais disse que o fracionamento ocorreria com os atuais botijões e que o fracionamento já é feito em botijões maiores.
Ele afirmou ainda que não haveria diferença de fazer isso com os botijões de 13 quilos.
“Em nenhum momento foi colocado que nossa opinião é enchimento fracionado dos atuais botijões sem respeitar regras de segurança. Parece que essa é a questão em discussão. [Se for] fica desqualificando o debate, vamos debater a sério”, criticou.
Fonte: G1
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