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Chance de barragem romper em Barão de Cocais (MG) reduz, diz Vale

Talude próximo à estrutura vai desmoronar a qualquer momento, mas segundo a mineradora, material não deve afetar a barragem que fica a 1,5 km
Márcio Neves/R7

A mineradora Vale divulgou uma nota, nesta terça-feira (28), indicando uma redução na possibilidade de rompimento da barragem Sul Superior, na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, a 93 km de Belo Horizonte. A estrutura está em estado de alerta devido ao desmoronamento do talude da mina, que pode acontecer a qualquer momento.

O talude, que é uma espécie de paredão usado para conter um terreno, fica a 1,5 km da barragem. A movimentação registrada no local continua aumentando. Nesta terça-feira, o descolamento chegava a 23,9 centímetros por dia, nas áreas mais críticas.

A Vale previu três hipóteses do que pode acontecer após o desmoronamento. Na mais crítica, o material atingiria a barragem Sul Superior, provocando uma nova tragédia como a de Brumadinho e de Mariana.

Contudo, segundo a empresa, dados coletados no local mostram que a tendência é de que o cenário menos pessimista se cumpra. Nele, o talude cai dentro da própria cava, que é uma cratera que represa água.

"Hoje temos mais elementos de análise sobre o comportamento do maciço, nos mostrando que está acontecendo um deslizamento para o fundo da cava. Com isso, há uma grande possibilidade do talude se acomodar dentro da cava, sem maiores consequências", afirmou em nota o diretor de operações da Vale, Marcelo Barros.

Por decisão judicial, a mineradora não pode colocar funcionários na área da barragem para realizar obras de reparo na cava. Assim, segundo a empresa, todo local é monitorado remotamente, 24 horas por dia. Além disso, a empresa realiza ações no entorno do complexo para tentar reduzir os impactos de um possível rompimento. São elas:
     
    • Retirar os moradores das casas que seriam atingidas pelos rejeitos em até uma hora;
    • Remover animais das áreas de risco;
    • Levar obras de arte para áreas mais seguras;
    • Sinalizar a cidade com faixas laranjadas, que indicam áreas que seriam inundadas;
    • Construir uma bacia para reter parte dos rejeitos em caso de estouro da barragem;
    • Colocação de telas e blocos de gratino na rota da lama para reduzir a velocidade do rejeito.

Barragem Sul Superior

Mesmo que a barragem não se rompa devido à movimentação do talude, a estrutura continua classificada em nível 3 de alerta (risco iminente de rompimento), uma vez que uma empresa de consultoria não atestou a segurança do local no mês de março deste ano.

Segundo a ANM (Agência Nacional de Mineração), a estrutura tem 85 metros de altura e comporta 6,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos. 

De acordo com a Vale, a barragem é uma das dez que são construídas pelo método a montante - o mesmo usado em Brumadinho e Mariana. Todas elas estão inativas e fazem parte do plano de descaracterização, ou seja, de desmonte, anunciado pela empresa.

Ajuda

O Prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos Santos (PV), foi protagonista de um ato que mostra a preocupação do político com o risco que a cidade corre com uma barragem da Vale, que fica na região.

Durante reunião com deputados federais, nesta segunda-feira (27), Santos se ajoelhou diante dos parlamentares para implorar ajuda.

"Eu preciso de ajuda do Governo do Estado. A nossa população está doente. O povo de Barão está morrendo de várias formas possíveis. Eu vou me curvar diante dos deputados e pedir ajuda. Eu preciso de ajuda.", concluiu o político.



R7

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