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Chikungunya infecta 2.150 pessoas nesse início de 2019

Para Luiz José de Souza situação é mais grave e preocupante que em 2018, quando Campos viveu uma epidemia da doença
 (Foto: divulgação)
O município de Campos pode registrar o segundo ano consecutivo de uma epidemia de chikungunya. Isso porque até quinta-feira (25), 2.150 pessoas foram infectadas pela doença em 2019. No mesmo período de 2018, foram contabilizados apenas 141 casos, porém, suficientes para a Prefeitura de Campos decretar uma epidemia no município.

Desta vez, o médico especialista em endemias, Luiz José de Souza, afirma que mesmo que o município não decrete a epidemia oficialmente, a situação este ano é bem mais grave e preocupante. “Este ano a chikungunya se espalhou não só para todos os bairros de Campos e pela região, como está espalhada por todo o estado do Rio de Janeiro e pelo Brasil. Estamos caminhando sim para uma epidemia e ter esse problema por dois anos consecutivos é mais do que grave, é uma tragédia”, alertou.

Segundo Luiz José, o vírus da chikungunya está presente e a única forma de ser imune a doença é já tendo sido vítima dela. “Numa população de 500 mil habitantes como é o caso de Campos, eu sinto dizer isso, mas muita gente ainda pode ser infectada e a única forma de combater isso é com prevenção. Campos não teve prevenção o suficiente e a doença estourou”, lamentou.
Apesar de alto, o número de casos de chikungunya ainda pode ser maior que o registrado já que ela pode se manifestar de maneira assintomática. Neste caso, mesmo sem sintoma, o vírus se espalha quando a pessoa infectada é picada pelo mosquito Aedes aegypti que acaba picando outras pessoas.

O Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) é dirigido por Luiz José. O órgão bateu recorde de atendimento na segunda-feira (22), com 180 novas pessoas com sintomas de chikungunya. “Além dessas 180 pessoas, outras mais de 100 passaram por lá, para buscar resultados de exames e outros atendimentos. Essa superlotação está provocando muitos transtornos”.

Prejuízos econômicos ao município

A população economicamente ativa do município tem sido vítima de chikungunya. Servidores públicos, profissionais liberais, empresários, empregados do comércio e funcionários de empresas privadas. A doença não tem poupado ninguém. Luiz José afirma que muitos desses pacientes precisam se afastar do trabalho porque a doença provoca muita dor. Apesar de não ser uma doença tão grave quanto a dengue, que mata, os sintomas da chikungunya podem se agravar em pessoas que já têm quadros de reumatismo e outras doenças semelhantes. “Há casos em que os pacientes não conseguem andar. São pacientes considerados crônicos Atualmente, tenho cinco ou seis pessoas internadas, mas esse surto implica que eu tenha uma rede muito bem estruturada para medicar esses pacientes, fazer exames, entre outros. “É uma logística complicada. Todos os dias eu tenho ido ajudar nessa questão. Estamos recebendo muitos pacientes de Travessão porque o hospital de lá não está dando conta da demanda.

Secretário anuncia mutirão e afasta hipótese de epidemia

Esta semana, a prefeitura vai promover uma intervenção no distrito de Travessão, região mais afetada pelo aumento da chikungunya, segundo o secretário de saúde, Abdu Neme. Ele informou que várias secretarias estarão empenhadas na ação de prevenção a doença, que consiste em orientação à população, limpeza do bairro, aplicação de venenos contra o mosquito Aedes aegypti, entre outros. “A população precisa entender a sua participação nessa luta. Em Travessão há lixos sendo despejados pelos moradores onde o caminhão de limpeza pública não consegue chegar. Isso contribui para a proliferação de mosquitos. Vamos visitar templos religiosos e fazer uma parceria com os líderes dessas instituições para que multipliquem entre os fiéis o apelo que pode proporcionar mudança de hábitos na população”, adiantou.

Não entendemos esse avanço de casos de chikungunya que tem acontecido em todo o Brasil. O clima quente, incomum para essa época, tem contribuído muito para esse avanço rápido segundo o secretário. No entanto, ele afirma categoricamente que Campos não tem e nem terá uma epidemia de chikungunya em 2019.

Apesar de reconhecer o avanço da doença, o secretário acredita que o número de casos pode ser reduzido com a atuação da população em manter as casas e o bairro limpo. “O mosquito só existe porque encontra meio favorável para se proliferar. Assumi a secretaria há pouco mais de um mês, mas sei que a prefeitura tem feito a parte dela, com a visita de agentes de endemias nos lares e utilização de carros fumacês”, finalizou.


JTV

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