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Sepe faz ato em apoio a professor afastado em frente ao Liceu de Humanidades

Secretaria de Estado de Educação decidiu afastar docente, mas ele afirmou que não foi comunicado oficialmente
 (Foto: JTV)
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) fez, na manhã desta terça-feira (26), em Campos, um ato em defesa da autonomia pedagógica e da liberdade de cátedra. A manifestação aconteceu em frente ao Liceu de Humanidades, unidade em que um professor teve afastamento determinado pela secretaria de Estado de Educação (Seeduc) após aplicar uma atividade contendo uma charge que mostrava os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma cama.

Diretora do Sepe/Campos e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Odisséia de Carvalho afirmou que, apesar da Seeduc ter ordenado o afastamento de Marcos Antônio Tavares da Silva, o docente trabalhou “normalmente” na manhã desta segunda. Segundo o Sepe e o professor, não houve qualquer comunicado formal que determinasse o afastamento.

“Estamos aqui em solidariedade ao professor Marcos, que foi perseguido por causa do uso da charge em sala de aula, que é algo comum e gerou uma série de perseguições, denúncias e ameaças. A charge é um meio de reflexão utilizado em que o aluno pode concordar ou discordar. Não é uma opinião do professor. Ele está colocando em prática o planejamento de aula dele. Nós denunciamos as ameaças contra o professor na Delegacia de Crimes de Informática e agora todas as pessoas que o ameaçaram vão ser ouvidas pela delegacia”, explicou Odisséia Carvalho.

Após ministrar sua aula, Marcos Antônio, que é professor de Língua Portuguesa, falou sobre a atividade que gerou seu afastamento.

“Em 15 anos de profissão, sempre usei charge nas minhas aulas, sempre usei charge de todos os presidentes desde que sou professor e é a primeira vez que passo por isso”, desabafou, afirmando que sente medo: “Recebi muito apoio dos meus alunos, mas continuo recebendo ameaças. Inclusive, no ato de hoje, fiquei sabendo que um seguidor do Bolsonaro apareceu aqui fazendo ameaças”.

Estiveram presentes no ato representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), além de profissionais e estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto Federal Fluminense (IFF).

Comissão de Sindicância — Foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (26), portaria que instaura uma comissão de sindicância “para apurar possíveis irregularidades” na conduta do professor Marcos. A comissão tem prazo de 30 dias, a contar da data de publicação, para concluir o trabalho e é integrada por três servidores, que foram nomeados na mesma postaria.

Professor Marcos e equipe do Sepe apresentaram denúncia na DRCI

Professor Marcos e equipe do Sepe apresentaram denúncia na DRCI (Foto: Divulgação/Sepe)
O professor esteve na delegacia acompanhado da diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e do Sepe, Odisséia de Carvalho; de representantes do Departamento Jurídico do Sepe e do deputado Flávio Serafini (PSOL), que integra as Comissões Permanentes de Direitos Humanos, Educação, Meio Ambiente e Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). 

De acordo com a diretora do Sepe, Graciete Santana, que também acompanhou o professor à DRCI, o docente tem sofrido ameaças e agressões verbais, que precisam ser investigadas e seus autores responsabilizados.



Jornal Terceira Via


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