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Distanciamento social é ignorado e mortes por Covid-19 avançam em Campos

Polícia dispersou baile funk na Penha / Divulgação PM
As medidas de isolamento social são as principais armas para quebrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus, evitando, sobretudo, aglomerações. Assim como profissionais da saúde, agentes de órgãos ligados à fiscalização e à segurança pública também estão atuando na frente de batalha contra a Covid-19. A diferença é que os primeiros cuidam de pessoas que foram infectadas e os últimos lidam com indivíduos cuja conduta, em plena pandemia, demonstra despreocupação em propagar o risco de infecção. De acordo com o boletim divulgado nessa terça-feira (04) pela Prefeitura, o município já contava com 218 mortes e 3.185 pessoas contaminadas. Desse total, 2.336 pacientes estão recuperados.

Com o nível 3 (fase amarela) de flexibilização, mas ainda de atenção máxima para a transmissão da Covid-19, a Prefeitura de Campos mantém as restrições acerca de aglomerações. No entanto, operações da Força-tarefa Municipal de Combate ao Coronavírus e da Polícia Militar mostram que tais restrições vêm sendo desrespeitadas e que a ocorrência de eventos clandestinos, com grande quantidade de pessoas e nos quais não são observadas as recomendações sanitárias, como o uso de máscaras faciais e o distanciamento, vem aumentando na cidade. Mas, seja em festas particulares, no rolé de moto com torbal, na resenha da comunidade ou mesmo no jogo de bola com os amigos, as autoridades advertem que, nesta pandemia, a diversão de alguns pode causar a perda de muitos. E as fiscalizações não vão parar.

Diferente dos participantes, o perigo de propagação da doença assusta moradores de áreas próximas aos locais dos eventos, que acabam recorrendo à denúncia. E é nos finais de semana que as equipes de segurança atuam mais para fazer valer as medidas que proíbem as aglomerações. Conforme o secretário municipal de Segurança Pública, Darcileu Amaral, desde o início da pandemia, foram mais de 3,5 mil fiscalizações e foi nos últimos dois meses que as denúncias aumentaram.

Tivemos um aumento, de junho para cá, de festas, bailes clandestinos, badernas com motos, carros com som alto juntando pessoas, jogos de futebol. Chegamos a receber denúncias de três, quatro festas, com muita gente, no mesmo dia, em diferentes áreas do município. Quando é baile em comunidade, normalmente a PM é que desfaz, mas percebemos que as pessoas não estão cumprindo as medidas de prevenção ao coronavírus. Tivemos um sábado, por exemplo, em que fomos acionados para uma festa de aniversário com show ao vivo, em uma casa na RJ 158 (Campos-São Fidélis). Fomos com a PM, porque havia umas 500 pessoas, todo mundo sem máscara. Nesse dia, interrompemos um torneio de passarinhos em Serrinha, que reuniu muita gente e, na mesma noite, paramos um baile em Morro do Coco — contou o secretário.

No último final de semana, foram fechados dois quiosques e um bar que estavam com atendimento presencial e aglomeração, emitidas mais de 90 notificações, além da apreendidas mais de 50 motocicletas no Parque Santa, em Guarus, onde, pelo segundo domingo consecutivo, foi promovido um festival de pipas. A ação, com o apoio da PM, também acabou com um “rolezinho” na área central, na Avenida Nossa Senhora do Carmo com 28 de Março, onde dezenas de homens foram flagrados promovendo “um desfile” de motos com torbal, em descumprimento às normas de trânsito.

PM acaba com “resenhas” nas comunidades

Em tempos de pandemia, a Polícia Militar continua com o patrulhamento ostensivo, mas na verificação das medidas de combate ao novo coronavírus, a abordagem é diferenciada. O objetivo não é reprimir e prender, mas repreender, orientar e dispersar. Só em junho, quatro grandes bailes funks foram interrompidos por equipes do 8º BPM nos parques Prazeres, Aldeia, Santa Helena e Aeroporto. Em alguns, os policiais precisaram usar gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar a multidão. No maior deles, no Parque Aeroporto, foram necessárias 12 equipes do batalhão para mandar para casa cerca de mil pessoas. Domingo passado, um baile na Cidade de Deus, na Penha, foi terminado pela PM. O que se viu foram pessoas com bebidas, sem nenhuma proteção e um rastro de lixo pelas ruas.

Segundo a PM, a tática dos organizadores desse tipo de bailes também foi mudada e agora o “pancadão” ou a “resenha” acontecem geralmente em locais de difícil acesso e com equipamentos de som em veículos.

Baixas - Conforme a Secretaria de Estado de Polícia Militar, 466 policiais militares estão afastados em licença para tratamento de saúde, com suspeita de contaminação por Covid-19. Até o momento, foram 2.275 casos confirmados e 34 óbitos em decorrência da doença. O comandante do 8º BPM chama a atenção dos que se arriscam em multidões.

São descompromissados com o resultado. Nós, da PM, cumprimos medidas preventivas muito sólidas, seguimos procedimentos rígidos de proteção, como o afastamento na hora do rancho, só entrar no batalhão após medir a temperatura corporal, o uso de máscaras ao lidar com o público. Num efetivo de 960, temos 12 afastados pela doença. Estamos na linha de frente, em um trabalho até mais de conscientização, mas pedimos que as pessoas fiquem em casa e só saiam se houver necessidade. Sigam as orientações, caso contrário, a PM terá de agir — avisou o coronel.






Fonte: Folha 1

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