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UFRJ reforça estimativa de pico da pandemia no estado a partir do final da 1ª quinzena de junho

Número de infectados no RJ poderá chegar a 71 mil entre os dias 12 e 17, segundo pesquisadores. Número de óbitos pode chegar a 15,1 mil no final da pandemia. Dados são da Coppe em parceria com a Faculdade de Medicina.
Foto: Marcos Serra Lima/G1
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgaram uma nota técnica nesta sexta-feira (5) alertando que o número de infectados no estado poderá chegar a 71 mil no pico da pandemia, que poderá ocorrer a partir do final da primeira quinzena de junho (entre os dias 12 e 17 ).

O modelo, baseado em dados gerados por modelo computacional da Coppe/UFRJ, foi configurado levando em conta que cada pessoa infectada pode transmitir o vírus para outras 2,02 pessoas, em média. Esta é a terceira nota técnica divulgada pela universidade.

Os pesquisadores voltaram a recomendar "lockdown" no estado, caso não haja uma redução rápida na velocidade de transmissão da Covid-19.

Os professores defendem a adoção do fechamento imediato como forma mais eficaz, no momento, para poupar vidas e também evitar o colapso no sistema de saúde.

O levantamento também tem informações referentes à mobilidade da população, obtidas por meio da movimentação dos aparelhos de celular, como forma de comprovar que o confinamento ainda é necessário.

“De acordo com o modelo utilizado, caso se mantenha o cenário atual, no qual apenas cerca de 40% a 50% da população fluminense segue as orientações de confinamento, o número de óbitos pode chegar a 15,1 mil pessoas ao final da pandemia”, alerta Claudio Miceli, professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe e do NCE.

Sistema de saúde no pico

Para se ter uma ideia, a modelagem indica que durante o pico serão necessários 800 ventiladores pulmonares novos funcionando, simultaneamente, sem contar os que já estarão em uso pelos pacientes que adoeceram antes.

O aparente relaxamento no confinamento, observado nas ruas, foi constatado pelo acompanhamento do deslocamento de celulares (sem identificação do proprietário), e como resultado o modelo mostra maior número de contágio no período de 16 a 19 dias após o aumento de circulação da população.

De acordo com o indicador de mobilidade, o nível de isolamento social que se manteve em média acima de 50% entre os dias 14 de março e 2 de maio.

Na semana de 17 a 23 de maio, o registro chegou a 46,4%.

Os pesquisadores acreditam que o nível de isolamento esteja abaixo de 50%, com o aumento de movimentação nas ruas, a partir de 17 de maio.

Os resultados têm como base os dados epidemiológicos acumulados dos casos notificados de 20 de fevereiro a 16 de maio.

A partir desse período, os pesquisadores calcularam a evolução da pandemia pela linha do tempo, e fizeram simulações utilizando as ocorrências da semana a partir de 17 de maio.

Coordenado pelos professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membros do Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ sobre a Coronavírus Disease 19 (COVID-19), Guilherme Horta Travassos, da Coppe, Roberto de Andrade Medronho, da Faculdade de Medicina, e Claudio Miceli de Farias, da Coppe e do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE), o estudo inclui somente os casos de Covid-19 confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde do estado do Rio de Janeiro.





Por G1 Rio

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