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Vigésimo dia de coronavírus no Brasil é pior que o da Itália

No 20º dia, após primeiros casos, Itália tinha 3 diagnósticos confirmados; Brasil soma 291 confirmações
Covid-19
Folha de São Paulo - Vinte dias após o primeiro paciente receber o diagnóstico de covid-19 no Brasil, o país contabilizou 291 casos confirmados da doença causada pelo novo coronavírus.

Para comparação, no 20º dia após seus primeiros casos, Itália e Espanha tinham, respectivamente, 3 e 2 diagnósticos confirmados.

Especula-se que, por falhas no hospital de Milão, o salto da Itália foi rápido. Em 23 dias já eram 155 casos e três mortes; entre o 29º e o 30º dias, a epidemia explodiu e foram registrados mais de mil casos e 29 mortes. Hoje há mais de 31 mil pessoas com Covid-19. Já a Espanha tem mais de 11 mil infecções confirmadas.

O Irã, por outro lado, já tinha 8 mil confirmações no seu 20º dia, mas diferentemente dos países europeus, só dobrou esse número - hoje tem um total de mais de 16 mil.

Já a China ainda nem tinha uma quantificação oficial do surto 20 dias após o primeiro caso. Cientistas estimam que a primeira pessoa a contrair o Sars-Cov-2 (nome oficial do patógeno) tenha se infectado no final de novembro de 2019.

O vírus foi identificado somente no dia 7 de janeiro, e só após o dia 21 de janeiro, quando havia mais de 500 casos, é que os dados chineses começaram a ser sistematicamente disponibilizados.


No Brasil, que tem 209 milhões de habitantes, o número de testes realizados (entre suspeitos, confirmados e descartados) até esta terça 17 é de cerca de 11 mil, segundo o Ministério da Saúde. O teste tem sido feito apenas em pacientes mais graves.

A Fiocruz está aumentando a produção de kits diagnósticos para suprir a necessidade do sistema público do país.

Até agora, cerca de 20 mil kits foram disponibilizados. O Ministério da Saúde disse que avaliaria a sugestão da Organização Mundial da Saúde de ampliar a testagem, apesar do custo - cada exame custa mais de R$100 - e da necessidade de importação dos insumos. O setor privado também aumenta sua produção.

Um artigo publicado nesta semana na revista médica Jama argumenta que países de renda baixa e média (categoria na qual está o Brasil) podem ter maiores dificuldades para lidar com a pandemia.

As autoridade de saúde tem priorizado até agora pessoas com os principais sintomas (febre e tosse seca) e que estiveram em contato direto com pacientes com diagnóstico.

Os problemas vão desde escassez no número de testes e material disponíveis, até a morosidade dos protocolos.

Nenhum outro país, porém, teve um início de surto tão ruim quanto o Irã, que anunciou duas mortes já no primeiro dia de epidemia.

A falta de estrutura do sistema de saúde e até de material estão na raiz do problema. O país não impôs quarentenas e as autoridades de saúde têm entrado em conflito com as religiosas.

O presidente Jair Bolsonaro, anunciou nesta terça-feira 17 que vai fechar a fronteira do Brasil apenas com a Venezuela. O isolamento para viajantes, de sete dias, só é recomendado para pessoas com diagnóstico confirmado e contatos próximos.

Mortes na Itália sobem 16 % em 24 horas

O número de mortes na Itália subiu de 345 para 2.503 nas últimas 24 horas, um aumento de 16%.

Neste momento o país tem cerca de 500 mortes a menos do que a China, que vive o surto de Covid-19 desde o fim de 2019.


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