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Navio-Patrulha Oceânico atua em alto-mar na Região para eventual chegada de óleo que atinge o Nordeste

Segundo a Marinha, holofotes do navio permitem detecção do óleo em uma área de até 3 km de distância. Monitoramento começou após material ser identificado em duas praias do Norte Fluminense.
Navio Patrulha Oceânica, Marinha do Brasil — Foto: Fernanda Soares/ Arquivo Pessoal
O Navio-Patrulha Oceânico APA da Marinha do Brasil está atuando em alto mar no litoral do Rio de Janeiro para monitorar eventual chegada do óleo que atinge o Nordeste.

Segundo a Marinha, o patrulhamento ocorre a partir da cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos, até a divisa do Estado do Rio com o Espírito Santo. A base do navio está situada em Macaé, no interior do Rio.

O órgão informou que o navio de guerra tem holofotes que permitem a detecção do óleo em uma área de até 3 km de distância e conta com 75 homens da Marinha. O patrulhamento ocorre tanto durante o dia quanto à noite. As equipes também usam binóculos para monitorar a região.

A atuação no Navio-Patrulha Oceânico do Estado do Rio começou após o óleo ser identificado em duas praias do Norte Fluminense na última semana: Grussaí, em SJB; e Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana. Órgãos federais confirmaram que o material é compatível com o que atinge o Nordeste.

O objetivo do monitoramento em alto-mar, segundo a Marinha, é que a região sofra o mínimo de impacto possível caso este material chegue a mais praias do Rio.

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Navio-Patrulha oceânico está monitorando litoral do Rio em alto-mar — Foto: Fernanda Soares/ Arquivo Pessoal
Segundo o comandante do Navio-Patrulha, Capitão de Fragata Eduardo Luiz, desde que o monitoramento do navio começou no litoral do Rio, na terça-feira (26), nenhum vestígio de derramamento de óleo foi encontrado.

Segundo a Marinha do Brasil, o Navio-Patrulha Oceânico pode permanecer até 35 dias consecutivos no mar.

Antes de chegar ao litoral do Rio, o navio passou pelo Nordeste e Espírito Santo e também esteve em uma operação multinacional na Costa Ocidental Africana.

Óleo no litoral do RJ

A confirmação de compatibilidade com o óleo do Nordeste nas praias de São João da Barra e de São Francisco de Itabapoana foi feita pelo Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) formado pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Porém, o GAA afirmou que as praias já estão limpas e que equipes estão atuando no monitoramento. Até a última atualização desta reportagem, o grupo afirmou que não foram encontrados novos vestígios de óleo no estado do Rio.

No domingo (24) foram coletados materiais na praia de Guriri, em São Francisco de Itabapoana; no Canal das Flechas, em Quissamã; e na praia do Barreto, em Macaé; mas não houve confirmação de compatibilidade com o óleo do Nordeste, ainda de acordo com o GAA.

Já nas praias de Cabo Frio - Conchas e Peró - foram coletados nesta quinta-feira (28) fragmentos de óleo.

Este material foi enviado para análise, mas a Prefeitura acredita que este óleo seja resquício de um vazamento ocorrido em abril após incidente em uma plataforma na Bacia de Campos.

Mesmo antes do aparecimento dos fragmentos de óleo, a Secretaria de Meio Ambiente de Cabo Frio já tinha elaborado um plano de contingência e emergência, com procedimentos a serem adotados pelos órgãos envolvidos direta ou indiretamente no monitoramento e resposta caso ocorra surgimento do óleo que atingiu o Nordeste nas praias da cidade.

Investigações

O governo federal não concluiu as investigações sobre a origem do óleo. As apurações indicaram que a substância é a mesma em todos os locais afetados: petróleo cru. Uma investigação da Polícia Federal no Rio Grande do Norte chegou a apontar o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pelo vazamento. A Marinha disse que a embarcação é uma entre as 30 suspeitas.

A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afirma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira junto com responsáveis por outras quatro embarcações de bandeira grega.

No dia 15, a consultoria americana SkyTruth publicou um artigo dizendo que não concorda com a análise que aponta suspeitas sobre o Bouboulina.

A organização, especializada em monitorar os oceanos por meio de imagens de satélite, disse que não viu "nenhuma evidência convincente de manchas ou fontes de óleo nas imagens" e que "não concorda" com as análises publicadas "por outras pessoas que alegam ter resolvido o mistério".

Em uma nota técnica, o Ibama diz que "não há condições" de encontrar manchas em alto-mar com uso de satélites.




 G1 Região dos Lagos

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