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Aos 74 anos, a youtuber campista “Vovó Paola” canta a vida na internet

Para um dos netos e produtores da vovó Paola, o jornalista Lucas Eduardo, a relação da avó com a internet é motivo de orgulho e diversão da família toda.
 Foto: Reprodução
Idosos sem medo da internet e cada vez mais conectados. O uso da web pela terceira idade está em ebulição para pesquisar, comprar, namorar e até mesmo com o objetivo de “quebrar a internet” com vídeos no aplicativo YouTube. Frequentadora das atividades da Rede de Proteção Social da Casa de Convivência do Parque Tamandaré, os vídeos de Paulina da Cunha Alves, de 74 anos, tem em média, 1,5 mil visualizações.

Em todos os vídeos, Paulina - que adotou no mundo virtual a alcunha de “Vovó Paola” – conta em forma de musical, a trajetória da sua vida. As produções contam com o apoio dos netos, desde o figurino à edição. Todos os vídeos são gravados em Campos. A relação de Paulina com a internet começou desde quando os netos passaram a morar fora de Campos.

— Eles me ligavam todos os dias, mas não era a mesma coisa de ver a carinha deles. Um dia, um deles me disse que tinha a opção de “chamada de vídeo”. Depois disso, veio o Facebook. Ali, eu tive a opção de encontrar pessoas que não via há anos, fazer novas amizades, levar otimismo com minhas publicações e dar risada com as publicações alheias. A internet mudou minha vida para melhor. Não passo um dia sem dar uma “conferida” na minha página. Se eu sofri algum preconceito, não percebi, pois a minha atitude é ignorar o negativismo — ensina Paulina. 

O YouTube não informa quantos são os canais criados por pessoas com mais de 60 anos nem quantos idosos acessam a plataforma de vídeo. Mas o fato é que os vovôs youtubers estão cada vez mais dividindo receitas, piadas, poesias e como é o dia a dia da terceira idade.

Para um dos netos e produtores da vovó Paola, o jornalista Lucas Eduardo, a relação da avó com a internet é motivo de orgulho e diversão da família toda.

— Ela sempre foi a diversão da casa. Super alto astral, não tem essa de tristeza com ela por perto. E ela sempre nos ensinou que tudo passa. Portanto, é cabeça erguida e enfrentar a vida de frente. De certa forma, ela foi quem estimulou os outros idosos da família a vencerem o medo do mundo virtual — disse Lucas, que também é passista em uma agremiação carioca e, este mês, levou a avó para assistir aos ensaios técnicos.   

Outro neto, o professor André Luiz, fala com orgulho da avó. “Acho admirável esse exemplo de vitalidade que vovó transmite. Ela se coloca na condição de aprender, combater o medo e ser ativa, o tempo todo. Ela sempre foi guerreira e, acima de tudo, leva a vida de forma leve, apesar de todos os obstáculos. Mulher, negra e pobre. Porém, à frente do seu tempo. Sem nunca abaixar a cabeça para ninguém. Imagina? Honesta e trabalhadeira foi à luta e nos ensinou que colhemos o que plantamos. Estamos todos aí, graças a Deus, avô, filhos, netos e bisnetos, para presenciar esta pessoa que pode ser chamada de senhora exemplo de nós todos”, finalizou André.




Supcom

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