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Pesquisadores alertam sobre possível epidemia de vírus mayaro, "primo" do chikungunya, no Sudeste

Até o momento foram identificados três casos de febre mayaro no Rio de Janeiro, todos em Niterói

A febre mayaro é uma arbovirose (como a dengue e o Zika vírus), causada pelo vírus MAYV, que é da mesma família da febre chikungunya. Embora, não existam grandes ocorrências do vírus mayaro no Brasil, a doença requer muita atenção já que seus sintomas são muito parecidos com de outras condições.

Recentemente, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram que o vírus mayaro pode provocar uma epidemia no Sudeste nos próximos meses.

De acordo com testes de laboratório, o vírus pode ser transmitido tanto pelo Aedes quanto pelo pernilongo comum (Culex), o que potencializa o risco de epidemia, destaca Amílcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, ao jornal OGLOBO.

A preocupação dos cientistas está nos casos autóctones, ou seja quando a transmissão é interna. Até o momento foram identificados três casos de febre mayaro no Rio de Janeiro, todos em Niterói.

Como a febre mayaro é facilmente confundida com a chikungunya, em escala populacional, os três episódios significam que, de cada cem pessoas com chikungunya, dez têm febre mayaro.

"Precisamos saber que vírus estão em circulação. O clima está favorável à proliferação de mosquitos. É uma grave questão de saúde pública", completa Amílcar Tanuri.

Febre mayaro no Brasil

Hoje a febre mayaro existe no Brasil e está presente principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Apesar de ser muito mais comum na zona rural, já houve invasões urbanas do vírus, que inclusive causou um surto em Manaus em 2007 e 2008.

No Centro-Oeste brasileiro foram documentados, em 2016, 70 casos no estado de Goiás, sendo 20 na capital Goiania e 50 espalhados em outros 10 municípios. O vírus também foi isolado em pássaros no Rio Grande do Sul, mas ainda não há relatos da transmissão para humanos nesta região.

O turismo e a saída de trabalhadores rurais para as cidades podem fazer com que a doença se espalhe mais pelas cidades e se adapte ao mosquito Aedes aegypti, que hoje já é o principal vetor urbano de outras arboviroses.

É preciso se preocupar com a febre mayaro?

A febre mayaro tem ganhado espaço na imprensa devido a descoberta de um vírus MAYV com alterações genéticas no Haiti. Especialistas temem que as alterações apresentadas pelo vírus o tornem mais adaptável a transmissão em locais urbanos (principalmente por meio do Aedes aegypti), disseminando a doença da mesma forma como ocorreu com o Zika vírus em 2015 e 2016.


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