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Áudios mostram ameaças de morte e uso de drogas por parte de motoristas clandestinos em Campos

Segundo informações do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), há um grupo organizado explorando esse tipo de atividade na cidade.
Foto: G1
Uma prática antiga nas ruas de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, carros de passeio usados como transporte público, as chamadas "lotadas", causam controvérsia. 

Áudios divulgados pelo RJ2 desta quinta-feira (4) mostram ameaças de morte e até referência a uso de drogas por parte de motoristas clandestinos.

Segundo informações do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), há um grupo organizado explorando esse tipo de atividade na cidade.

O IMTT estima que cerca de 50 lotadas circulem em Campos, com pontos de embarque em sete bairros: Pecuária, Guarus, Santa Rosa, Parque Prazeres, Custodópolis, Calabouço e Centro.

O órgão vem aumentando o combate ao transporte ilegal. Em 2017, 17 carros foram apreendidos. No ano passado, foram 150, e só nos primeiros meses deste ano, o número já chega a 67.

Além de tentar acabar com o transporte irregular, o Instituto tem outra preocupação, pois motoristas teriam feito um grupo pra divulgar ações do órgão e algumas das mensagens incluem ameaças a fiscais do IMTT.

"Armaram uma arapuca aqui pra gente (...) falei pra ele: se ele prender meu carro eu mato ele (...) tô cheio de ódio desse [fala um palavrão] (...) eu vou matar um demônio desse, doido (...) eu quero sumir da lotada, senão vou acabar matando um [fala outro palavrão]", diz um homem em um dos áudios divulgados no RJ2.

Ameaças são constantes e o presidente do IMTT afirmou que dois funcionários já precisaram ser deslocados para outras áreas.

"Já teve situação de um fiscal que teve o carro roubado e deixado uma hora depois quase no mesmo local", explicou o presidente do IMTT, Felipe Quintanilha.

Em outro áudio, um dos motoristas revela o uso de drogas. "Tô voltando aqui que eu carreguei do Parque Prazeres (...) eu vou dar um 'teco' hoje pra acalmar meus nervos", diz o trecho.

Além das ameaças, as ações de fiscalização também são prejudicadas pela troca de informações entre os motoristas clandestinos.

"Caminhonete casada fazendo contorno no shopping agora. Pode vir sentido Lapa ou entrar do lado do shopping", diz um dos áudios sobre a localização dos agentes.

Segundo as investigações, o termo "casada" indica que o veículo do IMTT não está sozinho e que a ação conta com uma viatura da Polícia Militar.

"É um grupo formado. Eles formam grupos e pessoas ficam rodando de moto, de bicicleta, de carro, fiscalizando os pontos. A gente já consegue notar pessoas organizando esse tipo de transporte e ganhando dinheiro com isso", disse o presidente.

Fora a fiscalização, o monitoramento é a mais nova arma das autoridades do município. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), inaugurado em março, está sendo usado para registrar a atuação dos motoristas clandestinos.

"Nós temos um funcionário do IMTT que trabalha aqui e vamos mapeando todos os locais onde a gente sabe que tem transporte irregular de passageiros, para a gente fazer contato com nossos agentes que apoiam o IMTT e ter uma fiscalização mais efetiva", disse o superintendente de Paz e Defesa Social, Darcileu Amaral.


G1

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