Assessor de imprensa da PRF, Iuri Guerra explicou que a primeira ação aconteceu no início do mês, quando o grupo Anjos se uniu aos policiais na ponte Rio-Niterói. Embora o ápice da campanha em Campos seja nesta terça, o trabalho de conscientização continuará a ser realizado.
— O objetivo é conscientizar as pessoas de que a pedofilia pode estar dentro da nossa casa, e a gente não sabe. O pedófilo não é aquele camarada feio que aparece no final. Ele pode ser o pai, o tio, até a mãe. O trabalho visa a mostrar aos pais que o pedófilo não tem cara e a pedofilia não entra pela porta. Ela pode entrar até pela internet. E mostramos, por meio da cartilha, como identificar os sinais de que a criança pode estar sofrendo abuso sexual — esclareceu Iuri, destacando que o documento é voltado tanto para adultos quanto para crianças.
Para o policial, além do trabalho realizado com os motoristas da rodovia, é importante que a própria PRF tenha a consciência de que pode ser um “braço que identifica uma criança em condição de abuso”. “Temos que saber como tratar a criança, através do olhar, para saber se pode ser uma potencial vítima de abuso”, complementou.
Projeto Mapear — Como uma forma de evitar abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a PRF também desenvolve, desde 2003, o projeto Mapear. Fruto de uma parceria entre o órgão, a Organização Internacional do Trabalho, a Childhood Brasil, o Ministério dos Direitos Humanos, o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, a iniciativa se dedica à ampliação e ao fortalecimento das ações de enfrentamento à pedofilia. Entre 2017 e 2018, foram mapeados 2.487 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais. Os dados nacionais são atualizados bienalmente.
Iuri Guerra destacou que a PRF realiza o mapeamento das rodovias federais em Campos anualmente. A partir dos dados, os policiais monitoram os pontos de vulnerabilidade identificados.
— Em Campos, não tem exploração sexual comercial de crianças, mas sabemos que existe exploração em casas. Não vindo a denúncia para a gente, nós não temos como investigar. É importante denunciar. O pedófilo não tem cara. Ele pode ser o intelectual, o professor e outras pessoas com quem convivemos — reforçou Iuri.
Fonte: Folha 1
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