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Firjan divulga resultado de estudo que estima redução de 30% da produção de óleo e gás na Bacia de Campos

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A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) segue acompanhando os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia fluminense, e na última semana, divulgou os resultados de um novo estudo, dessa vez voltado para os impactos operacionais na indústria do petróleo.

O estudo estima uma redução de 30% da produção na Bacia de Campos, além de uma queda do consumo de derivados em 50%, refletindo em arrecadações menores de royalties e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para estados e municípios produtores de petróleo do Estado.

“Como o mercado de petróleo e gás é dinâmico, com alta volatilidade dos preços, a equipe da Firjan usou dados conservadores para a média diária, considerando valores fixos de brent a 25 dólares o barril e câmbio [com o dólar] a 5 reais, tomando como base os dados realizados em janeiro de 2020. Além disso, dada a defasagem do pagamento de royalties, só em 3 meses será possível saber o valor realizado”, justificou a Firjan.

Chamado de “Impactos operacionais no mercado de óleo e gás fluminense - Covid19”, o estudo da Firjan trata de um cenário projetado a partir de uma visão sistêmica da cadeia de valor, que vai do poço de perfuração ao posto de combustível.

Segundo a Federação, o estudo segue as informações disponibilizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pela Secretaria Estadua de Fazenda do Rio.

“No caso do ICMS, as perdas podem levar o Estado do Rio a uma redução de 8% no recolhimento total desse imposto, frente à média diária de 2019. Em relação aos royalties para o Estado e municípios fluminenses, estima-se uma queda de 50,5% na arrecadação diária, comparada à média de 2019, que foi de 25,7 milhões de reais por dia. O cenário projetado é de 12,7 milhões de reais por dia, que equivale a um valor pouco superior ao arrecadado em 2016, época ainda de crise do petróleo devido às questões políticas do país”, detalhou a Firjan.

Segundo a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso, o setor, que vinha num momento de retomada depois da crise internacional do petróleo em meados de 2014, já está bastante preocupado novamente com as estimativas de impactos da pandemia do coronavírus na economia fluminense.

“Essa nova crise traz muita preocupação para o mercado, que vinha trilhando uma curva crescente de produção e de contratação de trabalhadores diretos e indiretos, como resposta a crises passadas e ao hiato de leilões que foram retomados. O Brasil ainda é um grande mercado. Temos capacidade instalada que pode atender a esse mercado. O fortalecimento da base industrial é o caminho para o retorno da demanda, e a retomada da economia cria emprego, gera renda e amplia a base arrecadatória, o que colabora para o estado trilhar na direção da diversidade econômica”, acredita Karine Fragoso.

Para o coordenador de Conteúdo Estratégico da gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Thiago Valejo, o maior impacto em arrecadação de royalties deve ocorrer nos municípios da região do entorno da Bacia de Campo, conforme nota divulgada em 27 de abril pela Petrobras sobre aumento da produção, uma vez que o incremento da atividade no pré-sal da Bacia de Santos deve compensar a redução da Bacia de Campos.

Thaigo Valejo lembra que o setor é essencial para o suprimento da população, desde a produção de fertilizantes para o agronegócio, de embalagens plásticas para alimentos, e de remédios, até o combustível para fazer chegar os alimentos nos mercados.

“Por isso, é preciso garantir a continuidade da operação, contribuindo para manter a atividade industrial elevada no estado e trabalhar para a manutenção dos empregos a fim de não agravar a crise”, defendeu o coordenador de Conteúdo Estratégico da gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan.

De acordo com a Firjan, a atual queda na demanda interna por derivados vem sendo puxada pelas restrições na circulação e também pela queda das importações, em função do câmbio alto, algo que impacta o refino, que teve diminuição de sua taxa de ocupação, causando um movimento para que a produção nacional tenha capacidade de substituir importações de derivados.

“Muitas empresas precisaram rever sua operação, reduzir seu ritmo de produção e todas tiveram que implementar protocolos de segurança para mitigar o risco de contaminação do pessoal. Precisaram ainda repensar investimentos, retirando projetos de menor competitividade, já que a pandemia trouxe uma retração das demandas, mundial e local, agravadas pelas restrições de locomoção”, avaliou Karine Fragoso.

Desde o início da pandemia, a Firjan, assim como outras instituições ligadas à economia, vêm se posicionando de maneira crítica às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) seguidas por alguns prefeitos e governadores, que impuseram duras medidas de isolamento social e restrição de circulação na tentativa de conter o avanço da pandemia do coronavírus.

Enquanto alguns grupos políticos e setores da economia defendem a flexibilização dessas medidas, causa da demissão do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (MDB), em abril, o número de casos confirmados da doença no país já ultrapassa os 101 mil, e o de mortos chegou a mais de 7 mil, de acordo com dados divulgados neste domingo, 3, pelas secretarias estaduais de Saúde.

Segundo mapa criado pela Microsoft, com dados da OMS, para acompanhar o avanço da pandemia em todo o planeta, o Brasil é o 9º país com mais casos confirmados do coronavírus no mundo, atrás apenas dos EUA (mais de 1,18 milhão de casos), da Espanha (mais de 247 mil), da Itália (mais de 210 mil), do Reino Unido (mais de 186 mil), da Alemanha (mais de 165 mil), da Rússia (mais de 145 mil), da França (mais de 131 mil), e da Turquia (mais de 126 mil).

A maior preocupação de autoridades de saúde em todo o mundo é que, em todos esses países, com exceção da Alemanha, a curva do número de casos segue crescendo. Para efeito de comparação, a China, país onde a pandemia começou, contabiliza 88,4 casos confirmados da doença. No país asiático, a curva se estabilizou em março, perto dos 80 mil casos, e mesmo após uma breve 2ª onda de mais de 7 mil casos em 7 dias, vem apresentando nova estabilidade desde 18 de abril.





Tunan Teixeira | Clique Diário

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