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American Airlines suspende todos os voos para o Brasil

Medida entra em vigor nesta segunda-feira; clientes poderão remarcar passagens ou pedir reembolso

RIO — Em decorrência da crise provocada pelo novo coronavírus, com a queda brusca na demanda e restrições impostas por governos, a American Airlines anuciou a suspensão temporária de 75% dos voos internacionais de longa distância, inclusive todas as rotas para o Brasil. A medida entra em vigor a partir desta segunda-feira, dia 16.

Em comunicado divulgado na noite deste sábado, a companhia informou que estão suspensos os voos de Nova York e Miami para o Rio de Janeiro; de Dallas, Nova York e Miami para São Paulo, e de Miami para Brasília e Manaus, até o dia 6 de maio. Na rota Dallas-São Paulo a suspensão vale até o dia 3 de junho. A outra rota operada pela companhia, entre São Paulo e Los Angeles, já havia sido suspensa na sexta-feira. A retomada será apenas em 24 de outubro.

A American Airlines informa que consumidores que já tiverem passagens reservadas serão contatados pela empresa. Em caso de bilhetes comprados por meio de agências, o contato será intermediado por elas. Os passageiros poderão remarcar a passagem ou requisitar o reembolso dos valores.

Segundo a companhia, entre os voos internacionais de longa distância serão mantidos apenas um voo diário de Dallas para Londres, um voo diário de Miami para Londres, e três voos semanais de Dallas para Tóquio. Voos internacionais mais curtos, para Canadá, México, Caribe, América Central e alguns países do norte da América do Sul serão mantidos.

A companhia também anunciou a readequação da malha doméstica, com a redução da capacidade em 20% no mês de abril e de 30% em maio, em comparação com o ano passado.

Crise 'sem precedentes'

O setor de aviação aérea comercial sofre crise “sem precedentes” com a pandemia de coronavírus. As restrições impostas por governos se somam com a queda na demanda, provocada pelo temor dos clientes, cancelamento de eventos e congressos e fechamento de pontos turísticos em todo o mundo. Projeções iniciais Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês), organização que representa as empresas do setor, previam perdas de US$ 113 bilhões para o setor neste ano.

A primeira vítima foi a britânica Flybe, que entrou com pedido de falência no início do mês. Com operações regionais, a empresa tinha 2,4 mil funcionários e transportava 8 milhões de passageiros por ano. A Norwegian, pioneira nas rotas de longa distância com baixo custo, informou que precisa de socorro num prazo de semanas para não fechar as portas e deve demitir metade de seus 11 mil funcionários.

A British Airways classificou a crise atual como “pior que o 11 de setembro” para a indústria da aviação. Em comunicado direcionado aos funcionários, o diretor executivo, Alex Cruz, antecipou demissões para a “sobrevivência” da companhia.

A americana Delta Air Lines anunciou a “maior redução de capacidade” de sua história, incluindo a crise dos atentados contra Nova York em 2001, com o corte de 40%, informou o diretor executivo da empresa, Ed Bastian, em comunicado enviado aos funcionários. Cerca de 300 aviões serão retirados de serviço, pois “a redução da capacidade requer uma frota substancialmente menor”.

Na United Airlines, o corte nas rotas está sendo analisado. Em anúncio na terça-feira, antes de Trump anuciar restrições de voos para a Europa, a companhia informou queda de 70% na demanda por voos domésticos. Na ocasião, a expectativa era cortar a capacidade doméstica em 10% e internacional, em 20%.




Por O Globo

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