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Chuvas no Norte e Noroeste deixam 3 mil pessoas desalojadas e desabrigadas

Nem a Prefeitura de Porciúncula escapou da enchente. A última atualização da Defesa Civil diz que o nível do Rio Carangola está 7,84m e a cota de transbordo é de 5,20m.
Reprodução
Cerca de 3 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em municípios do Norte e Noroeste Fluminense, devido às chuvas que atingem, desde a última quinta-feira (23), os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Apenas em Porciúncula, são cerca de 1600 desabrigados e desalojados por causa da elevação do rio Carangola. 

Em Bom Jesus do Itabapoana, cerca de 650 pessoas sofrem com a cheia do rio Itabapoana, que atingiu a marca de 4,73 às 13h deste sábado (25). A cota de transbordo no município é de 2,10 metros. Também há informações de desalojados em Laje do Muriaé, Italva, Itaperuna e Cardoso Moreira. Segundo o Instituto Estadual de Ambiente, que monitora os rios do estado, há transbordamento do rio Carangola em Itaperuna e Porciúncula. Já o rio Muriaé, está além do limite nos municípios de Laje do Muriaé, Italva e Cardoso Moreira. 

Até o momento, o Paraíba do Sul em Campos, que tem estes rios como afluentes, não há previsão de transbordo. No Espírito Santo, duas crianças morreram soterradas, totalizando nove vítimas fatais desde o início dos temporais, e a BR 262 também está com diversos trechos de interdição. Em Minas Gerais, o número de mortes subiu para 14.

Em Laje do Muriaé, a BR 356 e a RJ 116 estão interditadas devido a transbordamentos dos rios Muriaé e Glória, que ultrapassou uma ponte. De acordo com a Defesa Civil municipal, o número de desabrigados chegou a 15 e desalojados é de 485. A Guarda Civil Municipal de Laje do Muriaé, em vídeo divulgado nas redes sociais, pediu atenção da população e dos que transitam pela região. De acordo com o guarda Goulart Júnior, a cidade está interditada.

— Devido à enchente, não está passando nada. O poder público está fazendo de tudo para poder minimizar o máximo de prejuízo, para que nada seja sentido pela população, mas, no momento, o trânsito está interditado. Pedimos até aos moradores do município que quem estiver em área segura permaneça, evite ficar fazendo trânsito. Quem estiver em área de risco, é só solicitar a Guarda Civil ou a Prefeitura que a gente vai retirando — informou Goulart.

Outro município que também segue em estado de alerta máximo é Santo Antônio de Pádua, pelo qual passa o rio Pomba, que também transbordou nesta manhã. As águas ultrapassaram em 10 centímetros a cota-limite (5 metros) e afetaram a região mais baixa da cidade. A Defesa Civil, porém, informou que não há desabrigados e desalojados. Devido ao risco eminente de transbordo do Rio Pomba, a direção do Hospital Hélio Montezano, que fica próximo à margem do rio, realizou a transferência dos pacientes para unidades de Aperibé e Itaocara. O nível atual do Pomba no município é de 4,97m e de transbordo 5,15m.

Outro rio que transbordou nesta madrugada foi o rio Muriaé. Em Cardoso Moreira, oito famílias deixaram suas casas e Italva conta com mais de 100 desabrigados ou desalojados. Em Itaperuna, o Muriaé também ultrapassou a cota de transbordamento. Devido aos pontos de alagamento, o acesso do município à RJ 198 está interditado. 

Segundo informações do coordenador regional da Defesa Civil da Região Norte e Noroeste, coronel Joelson Oliveira, a previsão de chuvas permanece para todo o final de semana, mas sem intensidade.

Os rios continuarão subindo porque ainda chove em Minas, e as águas tendem a vir para nossa região. Então, a Defesa Civil alerta para que as famílias fiquem atentas e procurem o lugar mais seguro. Cada Defesa Civil de cada município montou um gabinete de emergência e está auxiliando as famílias no que for preciso, disponibilizando caminhão para mudanças, retroescavadeira e colchões — informou Oliveira.

Acumulado de chuvas chega a 142,5mm em Campos

Em Campos, para o rio Paraíba do Sul, em Campos, não há previsão de transbordo, conforme explicou o coordenador da Defesa Civil municipal, major Edison Pessanha. O rio Paraíba do Sul está em 7,03m, em Campos, na tarde deste sábado, ainda distante da cota de transbordo que é de 10,40m. No entanto, a Defesa Civil continua acompanhando a situação. Chove em Campos desde a tarde da última quinta (23). Neste período, o acumulado de chuva é de 142,5 mm em alguns pontos do município. Em 24 horas, o nível subiu 60 cm e a tendência é que continue aumentando nas próximas horas. “Estamos sempre em alerta, mas não existe a possibilidade da cheia e transbordo do rio no momento”, detalhou o major.

Neste sábado, há equipes no bairro Fundão, em Guarus; Poço Gordo, na Baixada Campista; Vila dos Pescadores em Farol de São Thomé e no Jardim Carioca, onde uma árvore atingiu um carro. Em Santo Eduardo, região Norte do município, três famílias estão desalojadas após o transbordo do Canal da Onça. Todos foram para casa de familiares e amigos. Uma equipe monitora a situação no local.

As alterações climáticas registradas em toda a região Norte e Noroeste Fluminense são reflexos da formação do Ciclone Kurumí, confirmada, nessa sexta-feira (24), pela Marinha do Brasil, com centro a 700 km de Arraial do Cabo. Na noite da última quinta-feira (23), o Centro de Hidrografia da instituição informou que foram observados ventos de 65 km/h associados à Depressão Subtropical em alto-mar. Ele segue se deslocando no sentido sul. Por superar 63 km/h, o fenômeno foi reclassificado e nomeado como Tempestade Subtropical, o que caracteriza um ciclone.




Folha 1

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